Texto extraído do Livro 'Amor', de Leo Buscaglia
"No outono de 1970, tive uma experiência interessante em convivência social. Adoro a queda das folhas, as cores e, o som das folhas quando se caminha por cima delas. Por isso, deixo que se acumulem livremente na calçada e no caminho que leva à minha casa. Tornam-se um tapete que estala e produz sons multicoloridos debaixo de meus pés. Um dia estava em casa com alguns alunos quando alguém bateu à porta. Era um grupo de vizinhos que viera reclamar daquilo que chamaram de 'uma coisa feia para a vista'. Perguntaram-me se eu podia varrer as folhas e gentilmente ofereceram-se para fazê-lo por mim. Rapidamente concordei com o pedido, para desilusão dos estudantes, que acharam que eu tinha capitulado - pelo que deveria tê-los mandado para o inferno. Expliquei-lhes que poderíamos chegar a uma solução mutuamente satisfatória se eles me ajudassem a juntar as folhas nos cestos. Concordaram reclamando e questionando, almadiçoando a cultura que impunha seus valores sobre os do indivíduo. Quando terminamos de catar as folhas, peguei os cestos e espalhei as folhas no chão de minha sala de estar. Agora os vizinhos tinham uma paisagem mais aceitável para olhar e eu tinha meu maravilhoso mundo de cores para estalar quando caminhasse, para meu deleite. (E quando eu quisesse, era fácil varrer e passar um aspirador de pó.) Eu me submeti à sociedade, pois gosto e preciso dos vizinhos, mas também satisfiz minhas próprias necessidades. Gosto e preciso das folhas que caem.
É possível que quando escolhemos abrir mão de uma liberdade menor, alcancemos uma ainda maior."
Estou fazendo um programa de desintoxicação, no qual devo deixar de comer diversos alimentos durante uma semana para fazer uma limpeza no meu organismo. O que à princípio seria encarado como restrição, eu agora encaro como uma opção consciente, a liberdade de escolher o que é melhor para minha saúde.
Assim também entendo que é o relacionamento com as pessoas. E como o programa vai além da desintoxicação alimentar, estou me desintoxicando de mágoas e limitações dos relacionamentos passados (leia-se além de ex-namorados, família, amigos, relacionamento comigo mesma), e transformando-os em saudáveis. O relacionamento que busco ter é de uma liberdade tão grande, que vai além da liberdade individual. Quando digo liberdade no relacionamento, quero dizer a liberdade de poder dizer o que penso, o que sinto, sem magoar o outro; de fazer o quero, respeitando o outro, sem ferir seus sentimentos, e sem me limitar pensando o que o outro vai pensar.
Que tal fazermos opções saudáveis em todas as áreas de nossa vida? O que você escolhe?
Eu escolho liberdade e emoção!